I Love Brides

Adeus, 2020

Até já, 2021
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Adeus, 2020. Um ano que veio para ficar, pelo menos na história.
Graças ao tempo que torna (quase) tudo passageiro, não viveremos para sempre em 2020. Contudo, é um ano que deixará fortes marcas na nossa vida, na nossa saúde, nos nossos hábitos, nas relações sociais e humanas, nos nossos trabalhos, e até na nossa carteira.

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Para nos contextualizarmos, falamos com José Maia, da Quinta do Alferes, entrevista que poderão ter o prazer de ler de seguida.
Concordamos que caímos da elevada expectativa à inesperada realidade. Era um suposto ano de estabilidade  (crescimento de 17,61% entre janeiro e fevereiro)* e tornou-se uma corda bamba.
Como já seria de esperar, especificamente no sector dos casamentos, os números revelam quebras relevantes no número de casamentos realizados (55,42% entre março e setembro)*, com expressão ainda mais significativa (­­­­­90%)** ­­­­­­na facturação das empresas inerentes.
Esta diferença existe porque muitos casais optaram por manter a data da oficialização da relação, adiando a celebração com amigos e familiares.
Obviamente, estes meses deixam marcas nas nossas empresas. Todavia, não significa que são irreparáveis. O ontem não representa o amanhã.
Na memória ficam dificuldades, incertezas, frustrações, cansaço, sofrimento, revolta e descrença.

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E para o futuro?
Acreditamos que, quando nada parece ter solução, resta a esperança. Podemos não ter controlo sobre muito do que vivemos este ano, porém há algo que é e será sempre da nossa responsabilidade: a atitude. E quando tudo parece perdido, devemo-nos agarrar ao que depende de nós: a confiança.
A confiança também se treina, e uma das formas de o fazer é fechar os olhos ao que os nossos olhos vêem e abrir o coração ao que desejamos. É repetir inúmeras vezes “vai ficar tudo bem” ­­até que faça sentido. Às vezes, o verdadeiro desafio é sairmos de cena e não nos deixarmos levar pelo que a nossa visão alcança. É preciso ver para além do que vemos. Pior do que estar na escuridão é não ser capaz de imaginar a luz. Sabemos bem que não é por não a vermos que não existe. Que saibamos soltar as amarras que nos limitam de vermos na tempestade a oportunidade de construirmos mais e melhor, de reinventarmos não só a nossa atitude mas também os nossos negócios.
Todos temos algum desafio que mais tarde damos graças por ter acontecido. Não temos de agradecer 2020, mas que sejamos capazes de agradecer o facto de termos sobrevivido às nossas próprias expectativas. Podemos e devemos ser gratos porque a seguir vem o momento de fazer melhor.
Em cada recomeço cabem inúmeras oportunidades: temos precisamente 365 novos dias para sermos heróis. Como publicado na última edição da I Love Brides: uma vez valentes, para sempre heróis.
Estamos prontos. O tempo pode levar muita coisa, menos a nossa coragem.

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I LOVE Brides:  Reflexão sobre 2020
José Maia: Costumo dizer que o ano de 2020 começou por passar do grande ano para a grande desilusão. Era um ano em que todos tínhamos elevadas expectativas, no que diz respeito ao sucesso das nossas empresas, perspetivando-se um equilíbrio geral muito saudável em todo o sistema económico. A partir de Março, tudo mudou. Tivemos que enfrentar desafios que nunca sequer tínhamos equacionado, e adaptarmo-nos a uma realidade que ia sendo descoberta todos os dias, com uma enorme incerteza no futuro, procurando balancear o melhor possível o interesse dos nossos clientes, colaboradores, fornecedores e parceiros. Foi, sem dúvida, um trabalho esgotante. No entanto, o ano de 2020 acaba com excelentes notícias para todos. Temos agora muito conhecimento que nos permite fazer face a este problema de forma assertiva e certeira, controlando surtos e transmissões virais com recurso a mecanismos que antes não dispúnhamos, como os testes rápidos de antigénio, e também outras medidas de controlo farmacológico, que possibilitam um novo normal com muito menor intercorrência para a vida quotidiana. Temos, igualmente, a certeza da realização de um processo de vacinação eficaz que promete trazer a vida que tivemos até agora e pela qual tanto ansiamos em 2020.

ILB: Quais os números relativos à queda nesta área? Qual o feedback do setor dos casamentos?
JM: Os números que se conhecem são, sem dúvida, preocupantes. Estima-se que as quebras de faturação das empresas diretamente ligadas e dependentes desta atividade estejam na ordem dos 90%, e parecem-me ser números muito realistas. Isto porque é preciso ter em conta que, apesar de ter havido períodos, durante o verão, de viabilização parcial da nossa atividade, a economia como um todo funciona com base num ingrediente fundamental: a confiança. No setor dos casamentos, este facto é ainda mais preponderante, dado que é uma atividade na qual os clientes depositam extrema expectativa ­­— estamos a falar de um dos dias mais importantes na vida das pessoas e, por isso, é normal que haja uma ansiedade suplementar, quando se compara com outras atividades do dia-a-dia. Para além disso, do lado dos convidados dos noivos, havia também o receio instalado de forma generalizada, no que à possível infeção diz respeito e, por isso, mesmo os casamentos que acabaram por acontecer, tiveram dimensões muito menores do que se pode considerar normal, o que teve um enorme impacto nas receitas de todo o setor, como se pode facilmente compreender.

ILB: Nesta fase, que medidas considera prioritárias para as empresas deste setor?
JM: Conforme já tive a oportunidade de referir, este é um setor que vive de expectativa e confiança. Por isso, a primeira medida a tomar é passar uma mensagem de confiança ao público e todos os outros stakeholders do setor. Sim, é cada vez mais uma realidade a possibilidade de realizar casamentos em segurança. Seria uma atitude absolutamente irresponsável desconsiderar tudo o que tem aparecido de novo para a viabilização desta nossa atividade e de tantas outras fundamentais para o normal funcionamento da sociedade. Tal como já referi, hoje sabemos muito mais desta doença do que sabíamos em Março e Abril, e temos muito mais e melhores ferramentas para a combater. Falei já nos testes rápidos de antigénio, hoje feitos através de zaragatoa nasofaríngea, mas há que considerar também o surgimento de novas formas de asseverar a ausência de risco de transmissão em convívios interpessoais, como sejam os testes rápidos de antigénio através de saliva, com resultados promissores em testes clínicos. Existem ainda os testes rápidos de antigénio através da respiração e os self test, já aprovados para utilização caseira nos Estados Unidos; sem nunca perder de fundo o plano subjacente de vacinação para a COVID-19, que nos dará a “merecida tranquilidade” a longo prazo. Resumindo, em primeiro lugar é preciso passar uma mensagem de confiança para a retoma da atividade em segurança; e, em segundo lugar, é preciso consubstanciá-la e operacionalizá-la com base em inovadores e seguros planos de contingência, como de resto já está a ser feito noutros países, de onde destaco o caso do Reino Unido, que já aprovou a utilização de testes rápidos de antigénio para a realização de festivais de música.

ILB:  Quais são as expectativas para o primeiro semestre de 2021?
JM: Quando falamos de expectativas, e ainda mais a nível empresarial, devemos ter sempre a preocupação de ser realistas. E, por essa razão, quando me coloca essa questão, eu tenho de ser extremamente cauteloso na resposta que profiro. Diria que é seguro pensar que algures no início do primeiro semestre, depois de iniciado o programa de vacinação em Portugal, será aproveitado todo o know how, já adquirido e que já referi, para que possa ser criado um “novo normal” que permita a retoma rápida e segura da atividade económica, durante o primeiro trimestre do ano, e que reverta todo o sofrimento pelo qual todos nós passamos no pesado ano de 2020.

Até já, 2021.

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* Fonte: I.N.E. Casamentos celebrados (nº); Mensal
** Fonte: Questionário realizado junto das empresas do setor

Texto: Sónia Marques Oliveira

Fotos:
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