I Love Brides

Anel de Noivado

Breve História

Se encontrou a pessoa com a qual quer passar o resto da sua vida, já sabe que o próximo passo é o pedido de casamento, certo? E para isso precisa de comprar “o” anel, não é? A resposta é “sim”, mas alguma vez parou para pensar porquê? Porque é que o noivado é celebrado com um anel?

A I LOVE Brides explorou a fundo esta temática e explica-lhe tudo.

 

Ourivesaria Tavares

Ourivesaria Tavares

 

 

As Origens

 

Pirâmides, Faraós, Múmias... e Anéis!

 

É preciso recuar até ao tempo do Antigo Egipto para percebermos o motivo de existirem anéis de noivado.

No tempo das pirâmides, dos faraós e das múmias, acreditava-se que a forma circular simbolizava a eternidade.

Os egípcios viam o aro/ anel como a representação da vida eterna e do amor infinito, devido ao seu formato sem ínicio, nem fim.

Estes primeiros anéis de noivado eram feitos a partir de caules de junco, ou recorrendo ao couro. Devido à fragilidade destes materiais, era comum os casais, passado algum tempo, substituirem estes anéis por outros feitos a partir de osso ou marfim.

A tradição de usar anel de noivado no dedo anelar da mão esquerda remonta, também, a esta época, uma vez que os antigos egípcios acreditavam que esse dedo tinha uma ligação direta com o coração, através de uma veia (veia essa que foi, mais tarde, denominada “Vena Amoris”).

 

Etsy

 

 
Um, dois, Roma!

 

Apesar de ter um início bastante romântico, a verdade é que, no tempo da Roma Antiga, o anel de noivado significava, apenas, o “fecho de um contrato de negócio” e o consequente dever de obediência da noiva ao futuro marido.

Segundo alguns historiadores, era usual o noivo oferecer não um, mas dois anéis de noivado: um de ouro (que deveria ser usado durante a cerimónia de noivado e em eventos especiais, ou seja, em público) e outro de ferro (que deveria ser usado em casa, simbolizando o acordo legal que “transformava” a noiva num bem/ propriedade do noivo).

Arquéologos e antropólogos afirmam, ainda, que foram os antigos romanos que iniciaram o costume de fazer pequenas gravações nos anéis (uma prática que sobreviveu à fragmentação do Império Romano e que chegou até aos dias de hoje).

 

The Metropolitan Museum of Art

Ourivesaria Tavares

Pinterest

 

 

If you like it, then you should put a ring on it

 

Em 860 D.C, o Papa Nicolau I decretou uma lei que obrigava o noivo a oferecer um anel de noivado para que o casamento fosse considerado válido.

Segundo a ordem papal, o anel deveria ser de ouro, visto que só assim é que o noivo garantia ter capacidade de sustentar a futura esposa.

Em 1215, o Papa Inocêncio III tornou a situação ainda mais rigorosa ao instituir, oficialmente, um período de noivado que deveria ser publicamente divulgado. Caso os noivos não cumprimessem esta regra, o casamento seria considerado clandestino.

Quase podemos dizer que, se vivessem no nosso século, estes dois Papas seriam fãs incondicionais de Beyoncé!

 

Romantis

 

 

Porque uma história de amor merece um anel de diamantes

 

Sabe quem foi a primeira noiva a receber um anel de diamantes? A resposta certa é: Maria de Borgonha ou, se preferir utilizar o nome original, Marie de Bourgogne.

Maria herdou o Ducado de Borgonha (que agora faz parte do território francês) quando tinha apenas vinte anos. Na altura, esta região era bastante rica (tão rica que a duquesa ficou conhecida como Maria, a Rica!), assim, não é de estranhar que príncipes e reis (e irmãos de reis!) tenham competido pela sua mão.

Apesar dos inúmeros candidatos, Maria acabou por escolher, não um rei, nem um príncipe, mas sim um arquiduque (ou melhor, o filho de um arquiduque).  O nome dele? Maximiliano.

Segundo alguns historiadores, Maria e Maximiliano casaram-se, não apenas por razões políticas, mas, também, por amor.

De facto, para selar o seu compromisso com a duquesa, Maximiliano ofereceu-lhe um anel de diamantes (o primeiro de que há registo na História!) com a forma de um “M” (de Maria e de Maximiliano).

 

Maximiliano queria, através deste anel, transmitir à sua noiva a vontade de construir, com ela, uma relação resistente a tudo e que perdurasse no tempo (uma vez que os diamantes são eternos)

– Carlos Tavares, Ourivesaria Tavares

History Witch

 

Infelizmente, a história de amor destes dois apaixonados foi bastante curta. Maria morreu depois de uma queda de cavalo, cinco anos após o casamento, em 1482.

Maximiliano casou-se, novamente (por duas vezes), mas foram casamentos infelizes (o primeiro, com Ana, Duquesa da Britânia, realizou-se por Proxy e foi dissolvido antes de os noivos se terem chegado a encontrar; o segundo não originou descendência).

O que é certo é que Maximiliano nunca mais ofereceu nenhum anel de diamantes a ninguém...

 

Ourivesaria Tavares

 

 

1 + 1 = 1

 

Na Europa, entre 1500 e 1600, tornou-se comum a utilização do anel gimmel para oficializar o noivado.

Este tipo de anel era composto por dois ou três anéis entrelaçados. Ficou confuso? É simples, basta seguir a lógica das peças de puzzle!

Segundo alguns documentos da época, assim que ficavam noivos, tanto a mulher, como o homem, usavam um anel de noivado. A cerimónia de noivado era realizada algum tempo depois. Nesse dia, os noivos juntavam os anéis e o noivo entregava o seu à noiva. A noiva passava, assim, a usar dois anéis que, apesar de serem independentes, encaixavam um no outro, de forma a constituirem um só anel.

Martinho Lutero, uma das figuras centrais da Reforma Protestante, no seu noivado com Catarina von Bora, escolheu, como anel de noivado, um anel gimmel.

 

Rubylane

The Metropolitan Museum of Art

 

 

Poesia no dedo!

 

O Renascimento foi o tempo do anel poema, ou poésie (palavra francesa). Apesar de, na Roma Antiga, já existirem anéis com gravações, a verdade é que foi nesta altura que as inscrições no interior dos anéis ganharam mais adeptos e se desenvolveram.

Mencionado, frequentemente, por Shakespeare, este tipo de anel era decorado com palavras e versos românticos, acrescentando ainda mais valor e significado à cerimónia de noivado.

 

Wartski

Victoria and Albert Museum

 

 

 

Tão querido!

 

No início do século XIX desenvolveu-se outro tipo de anel de noivado, o Dearest (querido)!

O nome peculiar deste anel justifica-se pela forma como as pedras preciosas eram colocadas – numa linha reta, pela seguinte ordem: diamante, esmeralda, ametista, rubi, esmeralda (outra vez), safira e topázio.

Se prestar atenção à letra inicial de cada palavra, verifica que, juntas, formam a palavra inglesa “dearest”. Original, não?

A.W Porter & Son

 

 

 

A Diamond is Forever... e a Tiffany & Co também!

 

Em 1867, a descoberta de uma mina de diamantes, na África do Sul, marcou o aumento da procura destas pedras.

Este fenómeno de popularidade aumentou, ainda mais, a partir de 1947, quando a De Beers (o famoso grupo de empresas dedicado ao comércio de diamantes) lançou a publicidade “A Diamond is Forever”. Desde então, as estrelas de Hollywood não dispensam, tanto no ecrã, como fora dele, o anel de diamante, influenciando o resto dos “comuns dos mortais”.

 

De Beers

 

Mas a verdade é que o grande acontecimento da História do anel de noivado surgiu no ano de 1886. Foi esse o ano que revolucionou o universo dos anéis de noivado ao apresentar um novo design ao público – o Solitário!

Contrariando a moda vitoriana (anel com pedras preciosas incrustadas à volta do aro, ao qual eram acrescentados enfeites e gravuras), Charles Lewis Tiffany, o fundador da Tiffany & Co, decidiu criar um anel simples e elegante, capaz de refletir o máximo de luz possível.

 

Para isso, Tiffany elevou o diamante (colocando-o bastante acima do aro) com a ajuda de seis pequenos suportes de metal (com a mesma distância entre eles) adaptados à medida exata do diamante.

Tiffany & Co

 

Charles Tiffany optou, também, por não adicionar qualquer tipo de decoração ao aro (deixando-o “limpo”), de modo a enfatizar, ainda mais, a peça central – o diamante!

Resultado: sucesso garantido até ao tempo Presente.

 

Romantis

 

Atualmente, o mercado da ourivesaria apresenta várias propostas de anéis de noivado, de forma a satisfazer os gostos cada vez mais diversificados e exigentes dos noivos.

Apesar de o “Solitário” continuar a ser o grande bestseller, todos os anos surgem novas tendências e atualizações das peças mais tradicionais.

Mais do que uma joia, o anel de noivado é um símbolo de amor e de compromisso que, por mais que os anos passem, nunca passa de moda.

 

|  Redação: Bárbara Barbosa  |