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Alimentamo-nos de coragem e de costumes. Um deles é não baixar os braços.
Acredito que alguns de vós já se perguntaram o que terá sentido Pedro Álvares Cabral enquanto navegava nas águas imensas do Oceano Atlântico, rumo à descoberta do Brasil. Hesitação, ânsia, tormento e medo farão parte da lista, provavelmente. Podemos não saber com precisão o que sentiu, no entanto sabemos que não voltou atrás. Continuou. Seguiu o caminho, ainda que incerto.
Numa época em que as ligações humanas parecem ter sido acorrentadas, encontramos a liberdade na saudade de estar de forma despreocupada com os amigos, de abraçar a família sem pensar duas vezes, de partilhar momentos com quem mais amamos, sem precisarmos de esconder sorrisos. Pode parecer uma saudade traiçoeira, mas não é. Na verdade, é genuína e denuncia o amor que (não) nos cabe dentro.
Podemos ter de guardar na gaveta, temporariamente, o sonho de construir uma família. Porém, nunca nos podemos esquecer que essa família já existe. Já começou. E é por ela que hoje não desistimos, que nos unimos no amor e na esperança da vitória. Um dia abrimos a gaveta e percebemos que aprendemos uma renovada perspetiva de vida, porque a bravura foi o nosso braço direito na altura certa.
Somos feitos de coragem e a nossa História assim o comprova. Vivemos tempos em que a vontade de olhar para trás é tão grande quanto o receio de seguir em frente, por não sabermos quando pisaremos terra firme.
As pernas podem até tremer; todavia, o coração diz que há mais para além de um dia, de um mês, ou de um ano difícil. Nenhuma história é feita de um só capítulo e seguramente a nossa também não.
Sura Mota Diretora
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