Escrever na primeira pessoa faz com que as palavras fiquem embrulhadas em histórias que não cabem, nem encaixam, aqui. Não tenho a pretensão de afirmar que a minha sirva de exemplo para alguém, mas gosto de pensar nela como uma espécie de painel solar capaz de lhe trazer algum calor à alma. Assim, perca lá um bocadinho de tempo e leia isto até ao fim. Não tenho a ousadia de querer ser escritora, mas levantar voo faz o meu feitio. Venha comigo! No dia em que decidi ser moleira não sabia aquilo que viria a acontecer depois. Nunca, enquanto andava a pagar as contas ao empreiteiro da obra dos meus moinhos (com o dinheiro da organização e decoração de eventos), imaginava o impacto que viria a ter nas pessoas, e elas em mim. Atirei-me de cabeça para o turismo, sem perceber nada, mas com a convicção de que o amor que dedico a tudo o que me apaixona haveria de resolver o resto. Se me pusesse a fazer cálculos, prospecções, e sei lá mais o quê, não estava agora aqui a dar o meu testemunho, pois teria encontrado aquele tipo de areias que estragam a engrenagem e teria parado. Foi sem pensar duas vezes que me atirei para o desconhecido. Não há dia em que não me lembre da impulsividade das minhas escolhas, mas não sei ser de outra maneira. Se as asas me fazem constantemente levantar voo, os pés assentes na terra fazem tudo isto bater certo. A minha dedicação por inteiro vem do tempo em que não havia influenciadores, nem essas coisas da moda. Aquilo em que acredito mesmo é nos valores transversais ao tempo e, para ser sincera, acho que esta postura, numa mulher da minha idade, me dá mais pinta. |
Sermos nós mesmos é a melhor coisa do mundo. Pena que muitas vezes só descobrimos isso mais tarde e ficamos com uma sede enorme de aproveitar tudo a partir daí.
Gosto de dar doses magnânimas de colo e tenho a certeza de que recebo em dobro nesta luta de fazer o que gosto.
Quero dizer-lhe, a si, leitor, que pode ser tudo o que quiser. Só tem é que o querer mesmo!
A vida não tem que ter só uma cor e, apesar de eu gostar bastante do branco, a maior parte das vezes, posso até não o ver, mas está lá o arco-íris.